terça-feira, 7 de agosto de 2007

Crônica

A nostalgia corrói-me internamente.
Hoje mais do que nunca, sinto o cheiro, vejo as cores e toco as paredes do meu "lar".
É um tanto egoísta de minha parte esmorecer meu pensamento a esse lugar, onde encontro-me agora. É bonito, grande e privilegiado, mas minha paz não veio junto de mim quando partimos de lá, do meu "lar".
Não, nem são os amigos e nem as não escadas. É o vento da tarde adentrando meu quarto. São as paredes brancas e brilhantes, que conversavam comigo. O barulho do portão enferrujado. É o cheiro familiar de minha vida.
Sou uma pessoa cheia de ritos, e extingui-los de mim é como me arrancarem a alma.
Como eu amava aquele silêncio vespertino; eu não sabia que acabaria.
O meu "som" alto, e minhas danças em frente ao espelho, eram terapia contra o tédio e a melancolia.
Sim, sim... Isso é pura nostalgia!
Penso que hoje, não sou mais a mesma. Estou mais seca, mais rude, mais orgulhosa, menos ingênua e pouco cristã.
Meus amigos também mudaram, não tenho mais certeza do que será eterno em minha vida. Minha família não mais se entende. Não reconheço mais ninguém. Penso estar só, tão só quanto nunca estive. Não sou mais eu. Nada me anima. O que de melhor faço é dormir. As provas não rendem as crônicas também não. As conversas, as festas, as comidas, as pessoas...
Nada mais me interessa. Nem escrever, nem ouvir, nem falar. Não consigo mais sorrir, não consigo mais chorar.
Sem estudos, sem trabalho. Cabelo ressecado, unhas feias, depilação atrasada, cólicas, dor de cabeça, espinhas no rosto, dentes tortos.
Sem vaidades e perspectivas. Hoje estou assim, desmotivada, chateada, com a "cara amarrada".

2 comentários:

Unknown disse...

Sai dessa deprê dona catarina.

=)

catarina matos disse...

Eu lírico, ok?!